Nesta quarta-feira (26), foi feita uma pesquisa pela Universidade Yale, nos Estados Unidos e publicado pela revista científica Nature, que apontou que mulheres têm uma resposta de imunidade mais eficaz do que homens contra o novo coronavírus.
Os cientistas estudaram 98 pacientes, sendo 47 homens e 51 mulheres. A resposta inflamatória à Sars-Cov-2 é uma reação que ultrapassa os limites do sistema imune, e causa “tempestade de citocinas” no corpo e pode levar a morte.
Em um estudo passado, o grupo de pesquisadores mostraram que a reação exagerada no começo da doença pode prever se o portador do Covid-19 terá complicações futuras. Com isso, as mulheres que participaram da pesquisa tiveram menos respostas inflamatórias.
Resultados positivos em mulheres
Depois de estudar 98 pacientes, os cientistas concluíram que as mulheres desenvolvem uma resposta mais eficiente das células T, que são um tipo de células de defesa do corpo. Já os homens, apresentaram uma menor quantidade de células T.
“Existe uma diferença na resposta contra o vírus, com os homens desenvolvendo uma resposta inflamatória acentuada e as mulheres, uma resposta de células T mais eficiente”, explicou Carolina Lucas, pesquisadora brasileira em Imunobiologia da Yale, e uma das líderes do estudo.
Desde o início da pandemia já era estudado o efeito do coronavírus no organismo masculino e feminino, porém não haviam indícios suficientes para comprovar a vulnerabilidade do gênero masculino ao vírus. No entanto, estes cientistas tomaram a frente do assunto e mostraram indícios disso a pesquisa.
Imunização em mulheres mais velhas
É correto pensar que pessoas mais velhas são mais vulneráveis à infecção. Porém, o estudo também comprovou que mesmo se uma mulher for mais velha, a resposta da imunização é mais eficaz.
“As mulheres, mesmo de 90 anos, estão mantendo uma resposta de mulheres mais novas, mas a gente não vê isso em homens. Com o passar da idade, os homens têm um declínio na resposta imune” afirmou Carolina.
Mesmo assim, as mulheres também podem desenvolver um quadro grave da doença, pois os sintomas não dependem somente da reação imune do corpo. O que os cientistas tentaram caracterizar foi a resposta de imunização entre os gêneros.