João Doria, governador de São Paulo, anunciou recentemente que a vacinação contra Covid-19 no estado será obrigatória caso a Anvisa dê o aval para a CoronaVac. A vacina foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil via parceria com o Instituto Butantan.
A afirmação de Doria vai em contrapartida à declaração de Jair Bolsonaro, que informou que apenas quem quisesse receber a imunização iria ser vacinado. O governador não informou detalhes sobre seu plano, porém já havia dado indícios sobre sua proposta em coletivas de imprensa anteriores.
Agora, ele confirmou que deve levar sua estratégia adiante quando a vacina estiver aprovada. As únicas exceções, segundo Doria, serão pessoas que apresentarem atestados médicos que a impeçam de receber o composto, e ressaltou que em caso de contrariedade, serão adotadas medidas legais.
Eficácia do CoronaVac ainda não foi informada
A informação que ainda não foi compartilhada diz respeito à eficácia do composto de imunização, ou se o mesmo será aprovado pela Anvisa. Após estudos preliminares serem concluídos, o governo indicou que as pesquisas devem ser fornecidas à Anvisa nesta segunda-feira (19).
O Instituto Butantan já informou que irá buscar o registro da vacina apenas se ela apresentar uma eficácia de no mínimo 50%, mesmo patamar mínimo anunciado pela Anvisa, e que segue a mesma indicação do FDA, órgão equivalente à Agência brasileira, nos Estados Unidos.
Lei sancionada por Bolsonaro favorece João Doria
A Lei 13.979/2020, sancionada pelo presidente Bolsonaro logo no início da pandemia, favorece o governador de SP no que concerne a obrigatoriedade da vacinação. Segundo o texto, as autoridades podem determinar a realização compulsória de vacinação.
Dória impõe data limite para Ministério da Saúde
Doria disse que o Ministério da Saúde terá que determinar até a próxima quarta-feira (21) se a CoronaVac será incluída na lista de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), bem como a de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde.
No mesmo dia, juntamente com Doria, o secretário da saúde do estado Jean Gorinchteyn e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, irão se reunir com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, às 10h em Brasília para tirar conclusões sobre o envolvimento das vacinas patrocinadas pelo estado de São Paulo no plano federal.
“A data limite para a definição do Ministério da Saúde sobre a CoronaVac será no dia 21 de outubro. Segunda-feira os resultados da fase três estarão consolidados e São Paulo deseja compartilhar a vacina com outros estados brasileiros”, afirmou o governador durante coletiva.