As eleições municipais deste ano, registraram um recorde de candidaturas militares, porém, durante apuração dos votos notou-se que o número de eleitos caiu. Os dados foram compilados pelo portal G1 em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral.
O número exato de queda foi de 623, em comparação ao ano de 2016, que foram 693 candidatos. Em relação a candidatura de vereadores, a queda foi de 11% em seu total, enquanto que na posição de prefeitos houve um aumento.
Neste momento são 36 militares chegando ao posto de executivo municipal. No entanto, se for comparar com o total de concorrentes que buscam chegar a prefeitura, isto é, 387 pessoas, percebe-se que aqueles com carreira militar ainda apresentam um contingente baixo.
Pauta de segurança pública é o que elege candidatos militares, afirma especialista
Segundo Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o aumento de candidaturas militares é impulsionado pela temor e preocupação da população sobre a segurança nas ruas.
Dessa forma, acredita-se que a candidatura de policiais, bombeiros ou membros das Forças Armadas poderá resolver a questão de segurança pública na região ou em âmbito nacional. Porque conforme Bueno, as pessoas consideram estas profissões legítimas para tratar do assunto.
Os que conseguiram ser eleitos este ano, foram no total 587 candidatos, oriundo das forças de segurança. O número é considerado baixo ao comparar o número de inscritos para as diversas posições políticas, quase 6.000 candidaturas.
Candidaturas de policias se direcionam ao movimento ‘centrão’
São Paulo foi o estado que apresentou o maior número de candidaturas, um total de 89. Em seguida encontra-se Minas Gerais com 75, Paraná com 39, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Sendo o Rio, a base eleitoral do governo Bolsonaro.
O estado de São Paulo continua na frente liderando a lista com o maior número de prefeitos eleitos, seguido de Goiás e Minas Gerais. Enquanto isso, no que se trata de partido político, identifica-se o PSD elegeu majoritariamente vereadores e 72 das forças de segurança.
Para ocupar as cadeiras nas câmaras municipais aparece o MDB, com 69 eleitos, logo após o PP com 61, os Republicanos, 36 e o PSL com 34. A especialista em segurança afirma que estes dados reforçam uma direção ao centro, pois grande parte das candidaturas de policiais vieram de partidos de direita, mas são os partidos de centro os vencedores.