No domingo (6), o partido do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, venceu as eleições legislativas e tomou novamente conta da Assembleia Nacional da Venezuela. Os veículos de notícias apontam uma abstenção de 69% dos cidadãos votantes.
Indira Alfonzo, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que os políticos do Grande Pólo Patriótico (CPP), que é aliado de Maduro, recebeu 67,7% dos votos contabilizados em primeiro boletim.
A oposição recebeu 18% dos votos. Ainda de acordo com o CNE, apenas 31% do eleitorado compareceu às urnas de votação, o que representa 5,2 milhões de pessoas. Eleição passou por mobilização de boicote por parte da oposição.
Maioria da oposição não se candidatou como boicote
Atualmente, apenas a Assembleia Nacional não está sob controle dos aliados de Maduro. Contudo, o órgão liderado por Juan Guaidó se encontra sem poderes desde 2017, quando o Supremo Tribunal do país declarou a Casa em desacato e anulou as decisões feitas por ela.
Antes da última eleição, apenas 167 cargos eram disponíveis. Agora o CNE criou mais 110 cadeiras, tornando assim possível que 277 deputados assumam as posições. A posse é prevista para o dia 5 de janeiro do ano que vem.
Existem dois sistemas de voto para os candidatos à Assembleia Nacional: o nominal e o voto por lista. As novas eleições não foram disputadas pela maioria da oposição, pois esta foi acusada de fraudes.
Membros da CNE são aliados de Maduro
Segundo ao grupo contra Maduro, que é liderado por Guaidó, as eleições seriam fraudulentas por conta de que a escolha dos membros da CNE deve ser consultada no Congresso, método que não foi utilizado. Além disso, os escolhidos para ocupar as cadeiras do CNE possuem ligação com o regime chavista.
O governo de Maduro ainda retirou a participação de observadores internacionais independentes, o que para oposição traz mais indícios que haverão fraudes. Até a madrugada desta segunda-feira (7), a contagem de voto estaria em 82,35%.
Pessoas ligadas ao presidente venezuelano criaram Assembleia para o regime chavista
A eleição para a Assembleia Nacional anterior ocorreu em 2015. Na ocasião, a oposição foi vencedora em disparada e então passou a cuidar do Legislativo venezuelano. No entanto, em 2017, a Justiça com pessoas aliadas à Maduro criaram um novo poder legislativo, a Assembleia Nacional Constituinte.
Guaidó organizou o boicote das eleições do último domingo. O grupo opositor está realizando uma pesquisa popular até 12 de dezembro, visando apurar se o resultado da votação é aceito ou não pelos cidadãos.