Recentemente, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) ficou responsável por acompanhar uma investigação iniciada contra a Transat, empresa mineira de telecomunicações.
A acusação em questão é por suspeita de fraude, onde indícios apontam que equipamentos, conhecimentos tecnológicos e funcionários tenham sido repassados de forma ilegal por diversos setores.
Tais setores são referentes a empresas fundadas por diretores do grupo em conjunto com novos sócios. A Transat distribui serviços de telecom via satélite para locais remotos desprovidos de redes terrestres.
Empresa é suspeita de desviar dinheiro
De acordo com o Grupo de Atuação ao Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, a entidade é suspeita de fazer parte de uma organização criminosa composta por diversos empresários que se especializaram na transferência de ativos de empresas falidas para burlar a Lei das Licitações.
As Forças Armadas contrataram a Transat para estabelecer uma rede de comunicações entre as forças de campo do Exército e as bases militares de fronteira. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu 100 milhões de reais em 2018 para manter as urnas eletrônicas e a transmissão de dados no país.
As manobras ilegais realizadas teriam a intenção, segundo processo, de evitar o bloqueio judicial de bens, o pagamento de débitos em aberto, bem como da substituição do grupo em acordos contratuais com tribunais eleitorais.
Transat e administrador negaram acusações
Pouco após as recentes denúncias, a empresa Transat negou que tenha tido qualquer espécie de envolvimento ou de vínculo societário com Helon, ex-presidente do grupo Probank, uma das empresas citadas na denúncia. A companhia também afirmou que obteve todos os equipamentos de forma lícita no mercado.
Sérgio Mourão Corrêa, ex-administrador responsável pelas falências de várias empresas citadas, negou a cumplicidade na transferência de equipamentos entre empresas, alegando que apenas o juiz possui a senha para acessar os recursos, e que o dinheiro ainda se encontra bloqueado na Justiça.
O Tribunal Superior Eleitoral confirmou que manteve contrato com a Transat nas últimas eleições, e até então o Ministério da Defesa optou por não se pronunciar.