Nesta semana, foi informado que o médico João Pedro Feitosa, 28 anos, não recebeu doses do imunizante contra Covid-19. O mesmo participava dos programas de testes da vacina de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, e acabou recebendo um placebo.
Segundo informações da agência Bloomberg, o voluntário recém formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), faleceu devido a complicações ocasionadas pelo novo coronavírus. A reportagem afirma que a fonte da matéria é um familiar de João.
Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou em nota que já foi notificada do óbito pelo comitê independente que fiscaliza o caso. De acordo com a agência, foi sugerido que o estudo prosseguisse e informou que o processo permanece em avaliação.
Vacina de Oxford é a principal aposta no Brasil
A vacina ainda será testada em dez mil voluntários brasileiros maiores de 18 anos. Até então, mais de oito mil pessoas já foram vacinadas com as doses do estudo, tanto com imunizante quanto com o placebo. Atualmente, tal composto é a principal aposta do Governo Federal para imunizar a população.
O placebo usado pela Universidade de Oxford não é apenas uma seringa cheia de água, se trata de uma vacina meningocócica ACWY. Técnicos da Secretaria de Saúde e da Anvisa entraram em contato com pesquisadores da AstraZeneca para tentar entender o que aconteceu com o caso de João.
Ensaios clínicos são suspensos após complicações
Nos Estados Unidos, os ensaios clínicos se encontram suspensos há mais de um mês. Em setembro, quando um voluntário no Reino Unido apresentou efeitos colaterais, a pesquisa foi interrompida em todo o mundo, mas nas últimas semanas ela foi retomada no Brasil, Índia, África do Sul e no próprio Reino Unido.
Por meio de uma nota, a AstraZeneca informou que não é autorizada a comentar casos isolados da vacina de Oxford, pois obedece de forma rígida a confidencialidade médica e as regulamentações que concernem os estudos investigativos. Também informou que todos os processos de revisão do estudo foram feitos.
“Todos os eventos médicos significativos são avaliados cuidadosamente pelos investigadores do estudo, um comitê independente de monitoramento de segurança e autoridades regulatórias. Essas avaliações não levaram a quaisquer preocupações sobre a continuidade do estudo em andamento”, disse a parceira.