Nesta quinta-feira (17) aconteceu o evento de posse do novo Ministro da Saúde. O médico oncologista e empresário Nelson Teich, foi cotado pelo governo Bolsonaro para substituir Mandetta. No enfrentamento do coronavírus no Brasil, as divergências entre Bolsonaro e Mandetta culminaram na demissão do ministro.
O evento de posse foi a ocasião em que todos abordaram os assuntos que permeiam a saída de Mandetta, a posse de Teich e o posicionamento de Bolsonaro. Cada um sobre seu ponto de vista discorreu sobre as pertinências do coronavírus no Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro falou sobre sua decisão de substituir Mandetta. Entre agradecimentos e menções a sua equipe, Luiz Henrique Mandetta tocou em pontos positivos do seu ministério e Nelson Teich revelou pontos sobre seu posicionamento em relação a pandemia, medicamentos e o embate entre saúde e economia.
Saiba mais sobre os assuntos tratado na reunião de posse do novo ministro.
O discurso de Bolsonaro sobre a demissão de Mandetta
“Bom dia, hoje é um dia de alegria” foram as primeiras palavras do presidente no discurso. Sobre a demissão de Mandetta, Bolsonaro fez analogia a um jogo de futebol. Ele disse que em time alguns jogadores são substituídos “às vezes por cansaço”, mas que no fim, “ todos torcem para o time Brasil”.
Ele agradeceu a Luiz Henrique Mandetta dizendo que ele fez o que “ele achava o que tinha que ser feito” pois, como presidente, ele havia dado a liberdade para o ministro atuar. Sobre substituí-lo disse que sua visão pessoal é diferente da visão de Mandetta que estava “focado em seu próprio ministério”.
O presidente abordou o assunto que gerou embate entre dois sobre a defesa da saúde o parâmetro da economia. Chamou a visão que baseou a atuação de Mandetta no ministério de “muito boa”, mas que seu posicionamento como presidente considera outros fatores. Como justificativa a sua decisão, Bolsonaro disse que sua atuação deve considerar emprego para os brasileiros e a economia se referindo ao ministério de Paulo Guedes.
Por fim, Bolsonaro disse pedir a Deus que lá na frente os dois estejam certos.
Mandetta se despede do Ministério da Saúde
“Desejo toda sabedoria para conduzir esse nosso país” afirmou o agora ex-ministro Luiz Henrique Mandetta ao seu substituto, o médico Nelson Teich. Em suas últimas palavras, Mandetta disse que não existe saúde sem economia, rebatendo algumas críticas recebidas pelo presidente e relembrou momentos de sua atuação como ministro.
Como alguns feitos do último ano como ministro, Mandetta citou principalmente sua ida ao Fórum Econômico Mundial para tratar do Sistema Público de Saúde (SUS). Ele comunicou que trabalhou o ano de 2019 sem pendências ou dívidas com os estados brasileiros e ressaltou o fato de não ter pedido recursos ao Ministério da Economia em sua atuação.
Mandetta também alfinetou o governo dizendo que a Fiocruz se tornou mais importante que a própria soberania e contudo a economia será um grande desafio. Quanto a sua atuação, ele afirmou saber muito bem que, sob um ponto de vista, fez o trabalho que deveria ser feito.
As palavras do novo ministro
O presidente Jair Bolsonaro indicou como novo ministro Nelson Teich, médico oncologista e empresário. Com a palavra, Nelson afirmou que neste dia recebeu o maior desafio da vida profissional considerando o momento difícil enfrentado na saúde do país e do mundo.
Fazendo referência às dificuldades enfrentadas entre Bolsonaro e Mandetta, o novo ministro afirmou que no debate entre saúde ou economia, o principal foco tem que ser “gente”. Como bases importantes mencionou o tripé de informação de qualidade detalhada e bem estruturada, formação de equipe e integração entre os ministérios.
Nelson afirmou que pessoas mais pobres e mais “frágeis” são as que mais sofrerão na pandemia e que acompanhar isso é crucial. Ele informou que a evolução diária do coronavírus nos estados será feita e que pretende trabalhar a saúde pública unida ao empresariado para levar “o brasil para uma situação melhor tanto na saúde como na economia”.
Promessas da atuação de Nelson Teich
O novo ministro afirmou que em sua gestão pretende unificar e integrar os ministérios para melhorar a eficiência da atuação da saúde. O ministro citou que da sua experiência como empresário, é preciso formar time e dar as condições de trabalho a ele.
Sobre o enfrentamento da pandemia, disse esperar uma medicação capaz de conter o vírus o mais breve do que se pensa e que uma vacina demoraria mais. Ele falou que a atenção no COVID-19 deve também acompanhar indicadores sociais e a evolução de outras doenças.
Nelson Teich demonstrou posicionamento favorável à busca de medicamentos, e dessa forma, será possível chegar a um fim da pandemia “antes do que se imagina”. Sobre novos medicamentos ele afirmou ter conhecimento de um medicamento antiviral visto em um artigo no dia anterior.
Bolsonaro fala da abertura dos comércios e fronteiras
Em seu discurso na posse do novo ministro da saúde, Nelson Teich, Bolsonaro aproveitou para reiterar seu posicionamento frente a pandemia do coronavírus no Brasil. Nas últimas falar o presente já havia se demonstrado contra o isolamento social e paralisação dos comércios.
Sobre o posicionamento dos governos estaduais o presidente questionou informações da mídia dizendo que a pouco tempo 100% dos estados eram contra a abertura dos comércios e que agora esse número caiu pela metade. “Muita gente acredita que tem que abrir o comércio” disse.
Outro assunto polêmico tratado no evento, foi a reabertura das fronteiras do Brasil. Bolsonaro questionou o fato das fronteiras secas do país estarem fechadas e criticou a atuação violenta e prisão de estrangeiros que as cruzam. Sobre isso, o presidente disse que para ele as fronteira do Uruguai, por exemplo, deveriam ser abertas.