Timothy Ray Brown, conhecido por ser a primeira pessoa da história a se curar do HIV, morreu recentemente, aos 54 anos, devido a um câncer ao qual combatia há mais de uma década.
Ele também era conhecido como o “paciente de Berlim”, cidade onde em 2007, realizou os tratamentos experimentais que conseguiram eliminar o vírus por completo do seu organismo.
Sua morte, entretanto, de nada tem a ver com o reaparecimento do vírus em seu corpo, mas sim com o ressurgimento do câncer, a leucemia, que também havia auxiliado no tratamento contra o HIV.
Cura histórica graças a mutação genética rara
Brown trabalhava como intérprete em Berlim quando foi diagnosticado com HIV e, posteriormente, com leucemia. Para o HIV, foram utilizados os medicamentos antirretrovirais disponíveis para controlar sua condição, mas para o câncer do sangue, Brown precisou de um transplante.
Além de tratar o câncer, o médico responsável pelo tratamento também planejava curar a infecção por HIV por meio de um transplante. A ideia, segundo ele, era usar um doador de células-tronco que possuía resistência natural ao vírus graças a uma mutação genética rara.
Para Unaids, Brown simbolizava a cura da doença
Após o transplante ocorrer, o médico verificou que já não havia a presença do vírus no organismo do paciente, pois o HIV não pôde mais se replicar dentro do corpo de Brown, uma vez que as células imunes originais foram trocadas pelas do doador.
“Conhecido como o paciente de Berlim, ele simbolizava a esperança de cura para o HIV. Sua morte nos lembra da necessidade de continuar investindo em uma vacina e cura para apoiar nossa busca pelo fim da Aids”, afirmou em nota a Unaids, o programa das Nações Unidas para o controle da doença viral.
Transplante ainda não é considerado tratamento
Brown, apesar de ter sido um caso raro, não foi uma experiência isolada. Em 2016, Adam Castillejo chamado de “o paciente de Londres”, veio a ser curado seguindo os mesmos protocolos utilizados em 2007, no primeiro caso. Porém, o método capaz de curar os pacientes ainda não é considerado como uma opção de tratamento.
Os doadores em questão, que possuem condição genética especial e fortalecida contra o vírus, são considerados como raros, e os transplantes realizados são clinicamente arriscados. Por estes motivos, os pesquisadores ainda investigam outras terapias que possam oferecer resultados similares a ele.
Pesquisadores brasileiros podem ter encontrado a cura do HIV
Neste ano, tendo como meta entender o funcionamento do vírus no organismo humano, cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) podem ter criado outro tipo de tratamento, tão eficiente quanto para a cura de pessoas contaminadas com o vírus da Aids.