Neste domingo (15), o presidente Manuel Merino renunciou. Ele assumiu o cargo semana passada, no dia 11 novembro. A renúncia foi após um dia de intenso protesto no Peru, o que fez aumentar a polarização na crise política no país.
Merino e mais da metade de seus ministros renunciaram a pedidos da população. Uma onda de cobrança dos manifestantes pedia sua saída. A véspera do comunicado foi marcada por dois mortos, mais de 100 feridos e cerca de 41 pessoas desaparecidas durante os protestos.
Devido a grave crise que o Peru se encontra, o pedido do presidente foi avaliado por longas horas, mas no final deste domingo foi concedida pelo presidente do Congresso, Luiz Valdez. Em seguida, os manifestantes comemoraram a decisão.
Protestos eram contra Merino, e ele aceita pedido da população
O ex-presidente, Martin Vizcarra, sofreu o impeachment que deu lugar a Merino. Ele disse que a renúncia foi o primeiro passo para que haja a retomada da democracia no país, já Manuel Merino deixou o cargo afirmando que quer o melhor para o país.
A duração do cargo de chefe de estado durou apenas seis dias, mas foi dentre esse período que os peruanos não se conformaram e preferiram ir às ruas, realizando protestos diários e marchas organizadas. Logo após, o pronunciamento da renúncia foi transmitido pela TV local.
No decorrer de sua fala, Merino expressou considerações às famílias dos jovens mortos no dia anterior quando aconteciam as marchas, e reconheceu o descontentamento nacional gerado depois de sua nomeação presidencial.
Vazio de poder e uso indiscriminado de materiais repressivos
Apesar de se mostrar compassivo com os anseios da população, ele disse que há um interesse dos manifestantes em também “promover caos” no país. Dessa maneira, ele solicitou que os ministros não abandonarem o cargo pois o país poderia sofrer um vazio de poder, mas eles renunciaram também.
Enquanto isso, em virtude da violência ocasionada nos últimos dias com os protestos, a Coordenação Nacional de Direitos Humanos realizou uma denúncia contra as forças armadas. O motivo seria o uso indiscriminado de balas de borracha e de gás lacrimogêneo contra um grupo de pessoas que tentou se aproximar da sede do Congresso em Lima.