De braço direito na luta contra corrupção a responsável por depoimento na PF cujas falas comprometem Bolsonaro. A jornada de Sérgio Moro e sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, reverberam na Polícia Federal.
As declarações que anunciaram a saída de Sérgio Moro, feitas por ele mesmo, além de exporem um conflito de ideias entre o ministro e o presidente, foram responsáveis pela perda de popularidade de Bolsonaro e por um inquérito autorizado no STF.
O antigo ministro anunciou a saída do cargo e acusou Bolsonaro de interferência política na troca da liderança da PF. Sérgio Moro foi aclamado e convidado ao governo por sua atuação como juiz na operação lava-jato e acabou na cadeira para prestar depoimento. Ele esteve no dia 2 de maio na Polícia Federal em Curitiba para falar sobre suas declarações.
Saiba mais sobre a relação de Moro e Bolsonaro.
De juiz à político
O convite de Bolsonaro para Moro de se juntar a política de seu governo, se deu por ser um dos principais rostos da Operação Lava Jato. A ascensão de Sérgio Moro se deu principalmente por aceitar a denúncia contra o ex-presidente Lula e fazê-lo réu do processo ao qual levou sua prisão.
Assim, Moro se tornou uma figura histórica para a oposição onde foi convidado para o governo de Bolsonaro. Ele aceitou o cargo no ministério no qual esteve durante 16 meses. Moro aceitou o cargo político diante de alguns rodeios.
O primeiro, foi informar em coletiva que aceitaria o cargo não como uma posição política, mas como uma atividade administrativa que caiu em declínio nos meses que sucederam. Suas agenda oficial começou em junho de 2019, com visitas a órgãos ligados ao ministério.
Moro versus Bolsonaro
O que começou com uma parceria de duas personalidades juntas no mesmo governo, se revelou um embate com desentendimentos cruciais para o Brasil. Moro entrou no cargo com o que foi chamado de pacote anti-crime e o que foi aprovado foi uma versão branda dele no Congresso Nacional.
Na época, já falava-se de sua pouca autonomia no cargo e a situação foi confirmada por ele na sua saída. Além disso, o que gerou preocupação por parte de outros poderes foi a acusação que Moro fez na ocasião ao dizer que Bolsonaro tinha a intenção de interferir politicamente na Polícia Federal.
A afirmação foi feita com base no posicionamento claramente contrário de Moro a retirada de Valeixo do comando da PF. Maurício era braço direito de Moro e foi exonerado por Bolsonaro. Seu posicionamento inclui afirmações sobre a intenção do presidente de, com a troca da chefia, acessar relatórios sigilosos da PF.
Moro é ouvido pela Polícia Federal
O inquérito se deu no Superior Tribunal Federal que chamou Sérgio Moro para depoimento na Polícia Federal de Curitiba. O depoimento que durou oito hora é considerado o primeiro passo para investigação de Bolsonaro.
No depoimento será avaliado se as afirmações de Moro são verdadeiras e fica passivo processo contra ele caso não sejam. O ministro teve sua atuação acompanhados desde os primeiros compromissos por Maurício Valeixo, até então diretor executivo da Polícia Federal.
Em sua entrevista coletiva de anúncio a sua saída, ele disse que a exoneração de Valeixo se dava por uma tentativa de interferência de Bolsonaro em inquéritos policiais. Moro também disse que Bolsonaro gostaria de colocar alguém de confiança no cargo para tal informações. Confira o depoimento completo.