Segundo um relatório desenvolvido pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, o mês de novembro deste ano foi o mais quente da já registrado na história do globo.
O resultado foi obtido através de análises dos pesquisadores, que apontaram temperaturas 0,77ºC maiores do que a média já registrada para o mês durante os anos de 1981 e 2010.
O que diz respeito aos recordes registrados nos anos anteriores, os mesmos foram superados em 0,13ºC. Ademais, o período equivalente entre 2015 e 2019 foi categorizado como o mais quente já protocolado.
Planeta se aproxima do primeiro limite referente ao Acordo de Paris
Após os resultados serem compartilhados, foi ressaltado que os índices apontaram que a Terra está se aproximando cada vez mais do limite inicial determinado por mais de 200 países.
Tais países colaboraram através do Acordo de Paris cumprir a missão de que o planeta não aumente sua temperatura para mais que 2 ºC, tendo como parâmetro o clima da época pré-industrial.
De acordo com o Programa Copernicus de observação terrestre, o aumento da temperatura já está perto de 1,2 ºC, além de que a Terra ganha 0,2 ºC, em média, a cada fim de década, desde os anos 1970.
Os meses que decorreram entre dezembro do ano passado e novembro de 2020, marcaram um aumento de 1,28 ºC nas temperaturas comparadas com a era pré-industrial, segundo o estudo.
Segundo OMM, recorde de ano mais quente pode ser batido
De acordo com recente declaração da Organização Meteorológica Mundial (OMM), é muito provável que o ano de 2020 fique perto do topo da lista de anos mais quentes já registrados até então.
Os dados referente a 2020 ainda não estão finalizados, porém, apenas com os provisórios foi possível categorizá-lo na segunda posição, atrás somente de 2016, mas com uma diferença pouco considerável.
Depois de adicionar as informações obtidas com o mês de novembro, a diferença se tornou menor ainda, ao ponto da classificação poder mudar por não ser estável, destacou o levante do Copernicus.
“Estes recordes estão de acordo com a tendência, a longo prazo, do aquecimento do planeta”, comentou Carlo Buontempo, diretor do programa europeu sobre mudanças climáticas.
Ativistas esperam atualizações sobre Acordo após reunião
Militantes das alterações climáticas esperam que ocorra um novo estímulo aos objetivos impostos para o combate ao aquecimento global após reunião na cúpula programada para o próximo sábado (12).
O encontro, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Reino Unido, irá ocorrer devido ao quinto aniversário do Acordo de Paris, como uma forma de atualizar as medidas realizadas.
No mês passado, os registros foram especialmente altos no Oceano Ártico, América Latina e oeste da Antártica, onde blocos de gelos atingiram o segundo menor nível já visto em 4 décadas.
Carlo Buontempo descreveu o cenário como preocupante, e disse que é importante que haja uma vigilância global do Ártico, onde as temperaturas são elevadas mais rapidamente do que no resto do globo.
Para Cruz Vermelha, aquecimento é um problema maior que coronavírus
De acordo com um alerta emitido pela Cruz Vermelha Internacional, é preciso agir urgentemente contra o aquecimento global, um desastre que não é possível curar com uma vacina imunizante.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (FICV) declarou no parecer sobre calamidades globais da natureza, que o aquecimento global continuam matando as pessoas durante a pandemia.
De acordo com a organização, mais de 100 desastres ocorreram entre março (quando a OMS declarou uma pandemia de coronavírus) e setembro, afetando mais de 50 milhões de pessoas.
Atualmente, a frequência e a intensidade dos eventos climáticos estão aumentando significativamente, com mais tempestades de categoria 4 ou 5 e mais ondas de calor quebrando recordes.
Países em desenvolvimento podem ser os mais afetados pelo aquecimento
A organização estima que cerca de 50 bilhões de dólares americanos são necessários anualmente para atender às necessidades de adaptação, definidas por 50 países em desenvolvimento, na próxima década.
Além disso, lamentou que muitos países altamente vulneráveis às alterações climáticas tenham ficado para trás, recebendo relativamente pouca assistência para lidarem com o cenário.