Nesta terça-feira (08), a vacina contra o novo coronavírus produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, teve os resultados preliminares da terceira e última fase de testes divulgados.
Trata-se do primeiro imunizante a ter os últimos resultados, mesmo que preliminares, publicados em uma revista científica, a “The Lancet”. Em novembro, os dados já haviam sido anunciados, mas de modo informal.
A vacina de Oxford apresentou uma eficácia de 70,4% de eficácia, tendo registrado até 90% em um grupo que receberam uma dose menor. Em análise da porcentagem, de todas as pessoas vacinadas, o número apresentado é o que vai estar protegido contra determinada doença.
Vacina de Oxford já foi comprada pelo Governo Federal
A publicação em revista científica é um termo muito comum quando se trata de inovações. Para que qualquer descoberta seja publicada em um editorial desse tipo, necessita ser revisada por cientistas, e então receber uma validação.
De qualquer forma, o registro na revista não faz com que a vacina de Oxford possa ser aplicada. Cada país precisa aprová-la por sua agência reguladora, que, por exemplo, no Brasil é a Anvisa.
Inclusive, o imunizante já possui contrato com o governo brasileiro para o plano de vacinação nacional. O produto é testado no Brasil pela Fiocruz/Bio-Manguinhos, e deve ser comprado por R$ 1,9 bilhão. Nesta terça-feira (08), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que até o fim de fevereiro a vacina da AstraZeneca deve estar registrada pela Anvisa.
Dose menor trouxe mais eficácia do que a completa
A eficácia foi analisada de modo conjunto, isto é, analisando os ensaios no Brasil e no Reino Unido. Ainda foi possível constatar que a vacina é segura, já que não foram registrados casos de internações ou sintomas graves de Covid-19 entre os vacinados. No grupo que recebeu o placebo, dois casos graves e uma morte foram registradas.
Após a aplicação de duas doses completas, a eficácia foi de 62%. Quando as doses foram administradas em meia dose e depois em uma completa, a eficácia foi de 90%. A média dos dois modelos de aplicação registraram eficácia de 70,4%.
Mais de 11 mil voluntários participaram dos ensaios clínicos, sendo 8.895 parte do grupo que recebeu as duas doses completas, e 2.741 que foram vacinados com uma dose pela metade e outra inteira.
Os cientistas ainda precisam definir as taxas de eficácia para pessoas com mais de 56 anos. A prevenção de casos assintomáticos também demandarão mais estudos.