Em um documento interno, a empresa farmacêutica AstraZeneca, co-desenvolvedora da vacina de Oxford, descreveu os sintomas relatados pela voluntária que levou à suspensão nos testes da vacina contra Covid-19.
Segundo o New York Times, uma fonte anônima informou que os sintomas concernem a um caso de mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e pode ser provocada pelo coronavírus.
Vale lembrar, que a pausa nos experimentos de vacinas é comum, pois a mesma está pautada por testes. No Brasil, 5 mil voluntários já receberam a vacina de Oxford, e até agora nenhum problema foi reportado.
Mielite transversa pode causar paralisia
Segunda a repórter Elizabeth Cohen, do portal CNN, a voluntária que informou indícios de efeitos adversos da vacina de Oxford, trata-se uma mulher inglesa de 37 anos, aparentemente saudável. No dia 3 de setembro, 13 dias após a mesma receber uma segunda dose da vacina, relatou algumas reações colaterais no corpo.
Dificuldade para caminhar, fraqueza e dores nos braços foram alguns dos sintomas informados pela paciente. A primeira dose havia sido aplicada dois meses e meio antes da terceira ser injetada. Dois dias após o início dos sintomas, em 5 de setembro, a humanitária foi internada.
Foi confirmado pelos médicos que se tratava de um caso de mielite transversa, uma inflamação na medula espinhal que pode causar dor, fraqueza muscular e paralisia. Uma outra voluntária em uma fase anterior, informou que havia sentido os mesmos sintomas, porém, a análise revelou o disgnóstico de esclerose múltipla.
Mimetismo molecular
Segundo neurologistas, a mielite transversa é uma doença rara e ocorre a uma taxa de 1 caso em cada 250 mil pessoas, e isso acontece por conta de uma resposta imunológica do organismo contra um vírus, não precisamente o Covid-19.
Esse caso, portanto, reforça que todas as vacinas devem passar por testes antes de serem liberadas. As etapas são muito importantes para o desenvolvimento da vacina. Às vezes uma condição médica subjacente pode ser encontrada pela resposta imunológica do paciente ao imunizante.
Porém, o mais preocupante denomina-se “mimetismo molecular”, que ocorre quando uma pequena parte da vacina pode parecer ao nosso sistema imunológico similar ao tecido do cérebro ou medula espinhal, levando a um ataque imunológico contra estes órgãos.