Apesar das dificuldades causadas pela nova pandemia de coronavírus, as startups brasileiras podem terminar com o melhor desempenho da história até o final de 2020. É o que aponta uma pesquisa recente, realizada pela Distrito, empresa especializada no setor, e divulgada pela Estadão.
De acordo com os dados da pesquisa, o Brasil registrou cerca de 100 fusões e aquisições de startups antes de setembro, e esse número superou o desempenho anual de 2018 e 2019. Em comparação, o investimento total do Brasil é de 322 injeções de capital. O recorde anterior era de 263, em 2017.
Segundo Gustavo Araújo, presidente da Distrito, a situação teria sido melhor se não fosse a pandemia. Quando a Covid-19 chegou ao Brasil em março, o mercado parou abruptamente. A título de comparação com o mesmo mês de 2019, o investimento caiu 85% de acordo com registros.
Isolamento acelerou o processo digital
No entanto, apesar dos impactos iniciais, a própria pandemia acabou por contribuir para reverter a queda sofrida no primeiro semestre. Segundo explicação de Araújo, o distanciamento social acelerou o processo de digitalização no país, fazendo com que segmentos como o e-commerce, explodissem.
Por exemplo, de acordo com um relatório do fundo de investimento Atlântico, a taxa de penetração do comércio eletrônico no varejo aumentou 5% em março, o maior crescimento total da década anterior. A tendência de crescimento atingiu o pico em setembro, com um investimento total de US$ 843 milhões (4,8 bilhões de reais).
Cenário atual gerou um novo unicórnio
Até o momento, o investimento total em 2020 é de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,6 bi), representando 82% do investimento total do mercado em 2019. O atual cenário também gerou um novo unicórnio, nome atribuído a empresas iniciantes com capitalização de mercado maior que US$ 1 bilhão, a VTEX.
“Esperamos que o último trimestre faça superar o ano passado […] Só não estamos maiores em volume porque os investidores ficaram cautelosos no início da pandemia, mas setembro foi um mês muito forte”, afirmou Gustavo Araújo ao Estadão.