A quarentena no Brasil ganhou outra cara quando as lives surgiram. Aqui, o fenômeno das lives de todos os gêneros musicais tomou os quatro cantos do país. As lives, principalmente do sertanejo, tomaram tanta proporção no período de isolamento que bateram muito recordes.
As transmissões ao vivo foram motivadas tanto para entretenimento do público em casa, quanto para levantar doações que auxiliam o enfrentamento da pandemia de coronavírus no Brasil. Nesses dois sentidos agiram e têm agido com excelência.
Por outro lado, o fenômeno da música ao vivo trouxe um outro problema. O palco das lives de transmissões recordistas levou ao crescimento do patrocínio e o consumo principalmente de bebidas, que levantaram a questão problemática do excesso do consumo de álcool.
Saiba mais sobre os casos e exemplos desse cenário da música nas lives.
As lives na quarentena
O isolamento social trouxe aos brasileiros que puderam ficar em casa, uma transformação na rotina. Porém, o Brasil saiu do ócio a agenda de lives rapidamente. O mês de abril principalmente de repente já tinha programações de todos os tipos de segunda a segunda.
É preciso mencionar o que fez das lives de música um verdadeiro sucesso. Muita música ao vivo e de graça, horas de transmissão e eventos nos principais dias da semana. Seja no Instagram, no Youtube ou em outras redes. As transmissões ao vivo trouxeram o outro jeito de aproveitar o tempo e realizar doações nesse período difícil.
Os recordes vieram tanto no número de doações de equipamentos e insumos para lidar com a pandemia como de visualizações. A live de Marília Mendonça, por exemplo, quebrou recorde mundial de visualização em lives no Youtube, foram 3,2 milhões. Esse palco virtual foi o cenário para recordes e polêmicas. A live do Gusttavo Lima rendeu até processo.
A música sertaneja nas lives
O ambiente de milhões de visualizações nas principais lives do Brasil, se deu no mundo da música sertaneja. Logo, dado o tamanho do público, as lives foram o ambiente perfeito para patrocínios, entre eles o de bebidas alcoólicas. Então, surgiu o debate sobre as lives e o possível incentivo ao consumo exagerado de álcool.
A dupla João Bosco e Vinícius, foi critica por jornalistas pelo excesso do consumo de bebidas em sua transmissão. Eles debateram o questionando se o destaque deveria ser para o “álcool ou a solidariedade”. Mas o caso mais polêmico não veio daí.
A live do Gusttavo Lima recebeu destaque pela visível alteração do cantor pelo consumo de bebida alcóolica. Ele virou garrafa de tequila, e bebeu bastante, o que gerou muita piada na internet e um processo do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
Processo por desenfreada de bebida
O processo que o Conar inferiu sobre cantor Gusttavo Lima por conta da live caiu também sobre a Ambev, patrocinadora da live, e se deu por dois motivos. O primeiro pela “ingestão desenfreada de bebida alcoólica” e segundo ponto por não haver aviso de conteúdo proibido para menores.
As denúncias foram feitas pelo próprio público sob a justificativa que o cantor, na live incentivou o consumo de bebidas e foi estímulo ao consumo irresponsável. Ou seja, o slogan “beba com moderação” passado em propagandas de bebidas, passou longe da transmissão do cantor. No Twitter, o cantor defendeu as lives nesse período de isolamento social.
Gusttavo Lima, disse que os artistas acharam nas lives um jeito de interagir com o público que está de quarentena. Após o processo ele chegou a cancelar a próxima apresentação ao vivo, mas voltou atrás anunciando a nova data para 21 de maio. As lives patrocinadas por bebidas também possuem agora o aviso de proibido para menores de 18 anos.
OMS pede para limitar consumo de bebidas alcoólicas
O debate envolve se é necessário impor um limite na ingestão de álcool nas transmissões e quais são os efeitos disso. Trata-se da regulamentação da publicidade nas lives. Os maiores problemas do consumo exagerado do álcool se vem dos dois fatores, de saúde e sociais.
O uso contínuo de bebidas nesse momento de quarentena são desaconselhados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O órgão de saúde pediu aos governos para limitar o acesso a bebidas nesse período de pandemia. O alerta se deve ao prejuízo do abuso de álcool que aumenta socialmente risco de violência e também prejudica a saúde.
O período de quarentena já levanta questões como aumento de violência doméstica e outras questões que se potencializam com consumo de bebidas alcoólicas. Também se potencializam problemas de saúde mental, comportamento de risco e piora nas condições gerais de saúde. Veja mais prejuízos à saúde aqui.